ASSISTÊNCIA SOCIAL RESGATA A DIGNIDADE E CULTIVA O AMOR AO PRÓXIMO

Projetos da área são prioridade no GEAE, que planeja oficinas de capacitação para emancipar os beneficiários e suas famílias

Da Redação

Em 15 de maio, o Brasil vai celebrar o Dia Nacional do Assistente Social e destacar os 80 anos da atividade no país. Dedicada à oferta de melhor condição de vida para estratos sociais menos favorecidos da população, a assistência social é uma atividade que se insere nos mais altos princípios associados aos direitos humanos e à cidadania, tendo como objetivo principal a redução da desigualdade. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, indica que em 2013 haviam 204.747 assistentes sociais em atividade no Brasil. Esse dado quantifica os profissionais regulamentados e com atuação no mercado de trabalho, mas não exprime o amplo contingente de pessoas que dedicam-se à atividade em outras searas: a assistência social é uma das vocações naturais das casas espíritas no Brasil e mobiliza grande esforço no Grupo Espírita Abrigo da Esperança (GEAE). “A assistência social tem papel fundamental e visa a promoção social e espiritual daqueles que se encontram em situação de carência, criando condições para superar a dificuldade momentânea, seja ela econômica, moral, espiritual ou social”, diz Flávia Paiva, presidente do GEAE. “É o exercício da caridade em seu sentido completo, da valorização do ser humano e da oportunidade de aprendizado para aquele que ajuda”, conclui.

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Flávia Paiva: caridade no sentido mais profundo, sem dependência

“A assistência social sensibiliza e mobiliza a sociedade a engajar-se e assumir um papel em ações solidárias no auxílio a necessitados do ponto de vista socioeconômico, preenchendo uma lacuna deixada pelo Estado”, completa Ana Fátima Rocha, diretora do Departamento de Promoção e Assistência Social (DAPS) do GEAE. Segundo ela, a assistência social na casa espírita traduz uma das mais importantes afirmações de Allan Kardec no Evangelho Segundo o Espiritismo, quando diz que “fora da caridade não há salvação” e traz o amparo ao próximo como um dever. “O GEAE incentiva todos os seus trabalhadores a participarem dos projetos que a casa desenvolve. É uma forma de integrar o trabalhador com o assistido e estabelecer uma relação de confiança, afetuosa, de igual para igual, para que ele exponha seus problemas. É um exercício de altruísmo em que o maior beneficiado será aquele que auxiliou”, afirma.

O GEAE desenvolve hoje três projetos de assistência social. Um deles é dirigido à comunidade onde a Casa está inserida e ampara um conjunto de oito famílias de baixa renda residentes no Guará, que recebem cestas básicas todo mês. Também está em andamento o Projeto Águas Lindas de Goiás, criado para promover a cidadania e que hoje atende 31 famílias em situação de vulnerabilidade social e expostas à violência naquela comunidade. Esse projeto envolve duas visitas quinzenais para a entrega de cesta de frutas, verduras e legumes; e uma visita mensal para a entrega de cesta básica, kits de higiene pessoal e limpeza. Em 2016, o GEAE entregou material escolar para as crianças e adolescentes. Uma equipe de 24 trabalhadores acompanha o desenvolvimento dessas famílias, mapeando suas necessidades e avaliando ações para sua emancipação.

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Ana Fátima: apoio para emancipação

EMANCIPAÇÃO – O terceiro projeto do GEAE une assistência social com educação e é uma das apostas estratégicas da Casa: o Projeto Aprender, iniciado há um mês, oferece acompanhamento escolar, atividades recreativas e culturais para crianças de 6 a 10 anos em situação de vulnerabilidade pessoal e social. As atividades são desenvolvidas no contraturno escolar, com café da manhã e lanche. “Nosso desafio mais importante é superar o simples assistencialismo, aquele que olha apenas o aspecto material, para consolidar projetos que traduzam nosso objetivo maior que é promover a inclusão social, capacitando as famílias para gerarem a própria renda; levar valores morais e espirituais; aumentar a autoestima; empoderar as pessoas”, diz Ana Fátima. Presidente da Casa, Flávia endossa: “Nosso maior desafio é deixar viva a orientação doutrinária e evitar o assistencialismo sem a promoção do ser integral. Quando permitimos que se estabeleça condição de dependência por parte daquele que é assistido, deixamos o caminho da caridade”,

Segundo a diretora, o GEAE trabalha para ampliar e aprimorar os projetos em andamento, com vistas a fortalecer as bases da assistência social sem abandonar a missão de amparar famílias que necessitem de ajuda material. “O Projeto Águas Lindas em breve entrará em seu Módulo II, quando abriremos oficinas de capacitação para a geração de renda em prol das famílias atendidas”, adianta Ana Fátima. “O objetivo é criar as condições para que, no futuro, elas possam formar uma cooperativa e ter seus próprios meios de sobrevivência”. Para ela, essa fase será fundamental e trará uma nova perspectiva de vida aos beneficiários.

 

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