OBSESSÃO E FASCINAÇÃO

A obsessão não se manifesta apenas entre desencarnados e encarnados, manifesta-se também, com a imposição da vontade, entre encarnados sobre encarnados

Allan Kardec na introdução do capítulo XXIII, segunda parte, de O Livro dos Médiuns nos diz que obsessão é o “domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas”.

Mais comum do que imaginamos, a obsessão não se manifesta apenas entre desencarnados e encarnados, manifesta-se também, com a imposição da vontade, entre encarnados sobre encarnados. Os obsessores encarnados caracterizam-se geralmente, por aqueles que gostam de dar ordens e de serem obedecidos, que não aceitam serem contrariados e que tudo fazem para manter a sua posição de poder, de influência sobre os demais.

Kardec, no ítem 239 do referido capítulo, nos diz que a fascinação é bem mais grave que a obsessão simples porque o indivíduo fascinado “não acredita que esteja sendo enganado; o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve [ou do que faz], ainda quando esse absurdo salte aos olhos de todo mundo”.

As consequências da fascinação são muito graves. Dirigindo a pessoa que conseguiu dominar, o Espírito pode levá-la a aceitar doutrinas estranhas, como se fossem a única expressão da verdade ou pode arrastá-la a situações ridículas e comprometedoras. Fazer com que o fascinado se sinta dono da verdade e o único capaz de realizar a missão que a Casa Espírita se propôs a realizar.

No livro Nas Fronteiras da Loucura, Manoel Philomeno de Mirando através da psicografia de Divaldo Franco, nos diz que a pessoa fascinada “perde a noção do ridículo e das medidas habituais que caracterizam o discernimento, acatando as sugestões que incorporam, aceitando inspirações como diretrizes que a todos se apresentam como disparates e que a ela são perfeitamente lógicas. Porque conhecem as imperfeições morais, o caráter e a conduta daqueles aos quais perturbam, os Espíritos inspiram e impõem as ideias absurdas com que objetivam isolar o paciente dos recursos e das pessoas que os podem auxiliar.

Insuflam-lhes o orgulho de missões especiais, camuflado em humildade e passividade errôneas, que os tornam falsamente místicos, ou revoltam-nos quando se sentem desmascarados pela razão e perspicácia das pessoas lúcidas e conhecedoras de tais infelizes técnicas, crendo que são reformadores e apóstolos encarregados de mudarem as estruturas da vida ao talante da irresponsabilidade e presunção… A fascinação, por isso mesmo, decorre da indolência moral e mental do paciente, e do exacerbar dos seus valores negativos, que são espicaçados habilmente pelo seu antagonista espiritual.”

Os amigos espirituais nos informam que a terapia para a fascinação se inicia na vigilância, no autoconhecimento, na vivência da humildade real aceitando-se como espírito ainda falível em processo de evolução.

Lembremos o que disse Chico Xavier“A mente é o meu lar; o coração é meu templo; a verdade é meu culto; o amor é minha lei”.

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