O MILAGRE DA VIDA FELIZ: A TERAPIA DO PERDÃO
Esses são os passos da Terapia do Perdão, que tanto bem pode nos trazer
Por Irmão Franz
Psicofonia Enésio Cabral
“Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes” . (Mateus, 18:15, 21 e 22.)
Paulo Ferrini, autor do best seller “Amor Incondicional”, relata em seu livro “As Doze Etapas do Perdão, que: o pensamento é um bumerangue perfeito, porquanto tudo o que pensamos irradiamos e não importa o tamanho e o tempo do caminho percorrido pelo pensamento, ele sempre volta à sua origem; o sentimento de culpa é o nosso maior inimigo, porque ele gera medo e o medo é o arqueiro que lança a flecha sobre si mesmo… e nunca erra. Esse grande vilão, que é o sentimento de culpa, atravessa as eras e persegue o seu criador per saecula saeculorum (pelos séculos dos séculos).
Estamos sempre presos aos atavismos anteriormente fabricados pelas religiões impositivas, prometendo o castigo eterno, o purgatório e o inferno sem fim; embora o Cristo de Deus tenha nos prometido que “nem uma ovelha se perderá do meu redil”. A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec e firmada pelas inumeráveis obras subsidiárias, nos mostra que existe o estado evolutivo do espírito, criado simples e ignorante e com capacidade de alcançar os níveis mais evolutivos, que é a plenitude espiritual. Portanto, deixemos de lado os atavismos e as transferências de responsabilidades pessoais e façamos a nossa parte no caminho da redenção e da nossa regeneração, aprendendo a perdoar: ou melhor estabelecendo em nós próprios a cultura do perdão. Deixemos de lado a raiva pela raiva, o olho pelo olho e o dente pelo dente.
Toda vez que eu emito um sentimento de raiva contra alguém, na verdade estou emitindo em meu favor. Ou contra mim mesmo. A medicina homeopática tem como base a premissa de que o semelhante pelo semelhante se cura (similia similibus curantur). Assim, podemos inferir que algo parecido acontece nas relações interpessoais, podendo afirmar-se que o semelhante também adoece o semelhante. Porquanto, uma vibração má adoece o semelhante e o semelhante do semelhante, que é quem emitiu a vibração. Esse é o efeito bumerangue. Já se constatou que a cada emoção corresponde uma emoção igual e contrária, plagiando a lei da física segundo a qual “a cada ação corresponde uma reação igual e contrária”. Assim, um sentimento de amor gera um sentimento de amor e um sentimento de ódio gera um sentimento de ódio e com ele vem as doenças: seja um câncer ou outra doença fatal ou degenerativa qualquer.
Voltemos, então, ao antídoto de todos os males: o perdão. Meus queridos, antes de discorrer sobre essa fórmula mágica para a solução dos nossos males, para abrir nossos caminhos, desbloquear nossas passagens e devolver nossa saúde e nossa felicidade, vou contar-lhes uma breve historinha:
À espera do milagre da vida – uma senhorinha de cerca de 70 anos vegetava, perfeitamente consciente, porém sem fala e sem comunicação por longos 12 anos. A família já havia buscado todos os tratamentos possíveis, mas a doença, tida como degenerativa, não recrudescera jamais. Novenas e novenas, rezas e rezas foram feitas incansavelmente, orações e unções também, tratamentos espíritas finalmente davam conta de que sua doença era no mínimo cármica e somente um milagre poderia tirá-la daquela situação.
Entretanto um conselho foi levado a efeito: perdoe! Perdoe a todos que lhe tenham ofendido, elimine todos os seus conflitos interiores. Finalmente, três visitas inesperadas ocorreram, não por acaso, em um único dia. Tratava-se de um irmão e duas irmãs, que há muito tempo não se viam porque estavam brigados. Algo muito grave tinha havido naquela família, que não vale comentar aqui, rompendo as relações por mais de vinte anos. Naquele momento sofrido, eis que o primeiro se ajoelha aos pés do leito onde jaz a agonizante e entre lágrimas de arrependimento pede perdão e perdoa…. Perdoa e pede perdão, sob a luz dos mentores, guias espirituais que assistiam, emocionados, aquele momento de reconciliação.
Horas depois o outro desafeto, impulsionado pelas vibrações dos mentores espirituais, repete a sublime atitude, cobrindo de lágrimas a enferma, pedindo perdão e perdoando. E dando seguimento ao milagre da vida, o terceiro personagem repete o ato nobre e generoso de reconciliação e o perdão mútuo se faz. O milagre da vida se realiza e a enferma, já aliviada, consegue pronunciar a palavras: Graças a Deus vocês me libertaram! A paz volta ao recinto, a doente melhora devagar e se restabelece, vindo a desencarnar anos mais tarde. É o milagre da vida. É o perdão necessário e esperado, desprendido.
Assim, voltemos à fórmula que nos foi trazida pelo querido Irmão Franz, trabalhador espiritual dessa Casa e criador da terapia do perdão, que temos indicado no atendimento fraterno do GEAE. A terapia do perdão pleno é formada por quatro passos, que apresento a seguir, e recomendo como caminho para o desenvolvimento pessoal de todos nós:
O AUTO PERDÃO – Frequentemente nos deparamos com a expressão “Não me perdoo por isso, não me perdoo por aquilo que fiz”. Ora, se nem eu me perdoo, quem vai me perdoar? Se não me amo a ponto de perdoar-me, brigo até com Deus, quem vai me amar? Quem vai me perdoar? Se não me perdoo não me amo, se não me amo, como vou amar ao próximo como a mim mesmo?
Auto-terapia: 7 dias, ou 14 dias, ou 21 dias em terapia íntima de auto-perdão. Vencida essa etapa, podemos passar para a próxima:
PERDÃO AO PRÓXIMO E DO PRÓXIMO – Sabemos que os conflitos existenciais são construídos por duas ou mais pessoas, sendo, portanto, bilaterais, devendo obviamente, ser dirimidos bilateralmente, ensejando que o perdão deverá ser, por conseguinte, bilateral. Também vale dizer que o perdão não pode ser subserviente e tampouco declarado publicamente. Assim, deve ser feito em particular. Hora de vibrar o perdão e dirigir essa vibração aos nossos contendores. Somente em pensamento, nunca pessoalmente.
Auto-terapia: 7 dias, ou 14 dias, ou 21 dias em terapia íntima de perdão e reconciliação.
PERDÃO DE DEUS – Agora, podemos elevar nosso pensamento a Deus e pedir perdão, porque já nos reconciliamos com os nossos adversários. Já podemos até fazer, conscientemente, a oração do Pai Nosso.
Auto-terapia: 7 dias, ou 14 dias, ou 21 dias em terapia íntima de perdão de Deus e em agradecimento pelas graças agora recebidas.
REPARAÇÃO – Deve ser feita ao contendor ou à sociedade pela prática da caridade, e do amor ao próximo incondicionalmente.
Auto-terapia: sempre.
Esses são os passos da Terapia do Perdão, que tanto bem pode nos trazer. Convido a todos à prática do perdão incondicional, porque é a forma ideal para reconciliação com os nossos adversários de todos os tempos, ou seja; desta e de outras vidas, vividas na fieira dos tempos sem fim.