Reflexão, Esperança e Diálogo: GEAE realiza mesa redonda sobre “O Céu e o Inferno em nossas vidas”


O Grupo Espírita Abrigo da Esperança (GEAE) promoveu na noite de ontem, quinta-feira (24), uma mesa redonda que reuniu frequentadores, trabalhadores e simpatizantes da Doutrina Espírita para discutir o tema “O céu e o inferno em nossas vidas: superando a culpa, o medo e o sofrimento”. A atividade integrou a programação especial de abril e refletiu as propostas do 10º Congresso Espírita do Distrito Federal, que celebra os 160 anos da obra O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.
O encontro teve início com uma homenagem aos aniversariantes do mês, fortalecendo os laços afetivos da comunidade. Em seguida, o salão principal do GEAE se transformou em espaço de escuta, reflexão e aprendizado coletivo. A mesa redonda foi conduzida pelo expositor e colaborador Edmir Freitas, que contextualizou o tema e apresentou os participantes da noite: Ana Paula Aguiar, Bruno Borges, Lídio Santos e Ricardo Bastos.
Destaques da roda de conversa
Ana Paula Aguiar trouxe uma abordagem sensível e prática sobre como identificar o chamado “inferno interior” nas experiências cotidianas. Falou sobre os efeitos da culpa persistente e das emoções não elaboradas na saúde espiritual. Destacou que a Doutrina Espírita não nega a existência da dor, mas oferece ferramentas para compreendê-la como parte do processo evolutivo. Em sua fala, ressaltou a importância do autoconhecimento e da vigilância emocional, lembrando que o Evangelho é um guia seguro para momentos de confusão íntima.
Bruno Borges refletiu sobre a construção do “céu interior” a partir da consciência tranquila e do dever cumprido. Utilizou passagens de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho segundo o Espiritismo para ilustrar que a verdadeira paz não depende das circunstâncias externas, mas da coerência entre pensamento, sentimento e ação. Segundo ele, a espiritualidade não é uma fuga da realidade, mas um compromisso com a transformação constante de si mesmo.
Lídio Santos abordou o medo sob diferentes aspectos, com ênfase no medo da morte e do desconhecido. Utilizando exemplos do cotidiano, relacionou as inseguranças humanas ao esquecimento do passado espiritual e à falta de familiaridade com os princípios reencarnacionistas. Destacou que a visão espírita da imortalidade da alma permite olhar para a vida com mais serenidade e menos ansiedade, incentivando o cultivo de uma fé ativa e consciente.
Ricardo Bastos concentrou sua participação na análise do sofrimento como um reflexo das imperfeições morais ainda presentes no Espírito. Afirmou que a melhor forma de progresso espiritual consiste em identificar os vícios que ainda nos dominam — orgulho, egoísmo, impaciência, intolerância — e buscar a aplicação consciente das virtudes opostas como remédio transformador. Assim, o orgulho cede à humildade, o egoísmo à caridade, a impaciência à mansidão, e a intolerância à fraternidade. Para ele, O Céu e o Inferno nos convida a reconhecer essas travas internas como obstáculos superáveis pela ação voluntária e pela reforma íntima perseverante.
Ao final da atividade, os participantes foram convidados a compartilhar um lanche fraterno, em um ambiente de simplicidade e afeto que caracteriza os encontros no GEAE.
Convite à continuidade
O GEAE agradece a todos os presentes pela participação e pelo espírito de união que marcou a noite. Convida também a comunidade para seguir refletindo sobre os ensinamentos da Doutrina Espírita e para participar das atividades semanais da casa. A transformação interior é um processo contínuo, e cada encontro é uma oportunidade de aprendizado e crescimento.
Estudar, praticar e perseverar: esses são os passos para a construção do céu em nós.