PASSO DECISIVO, ALFABETIZAÇÃO É CELEBRADA EM SETEMBRO

Melhorar a formação de crianças é atividade estratégica no GEAE, com o Projeto Aprender

Da Redação

A educação, se bem compreendida, é a chave do progresso moral. A frase, atribuída a Allan Kardec, guarda nexo profundo com o caráter estratégico da educação do indivíduo nas suas diversas vertentes. Passo inicial e decisivo do processo educacional, a alfabetização ainda é um desafio no Brasil. Esse é um tema relevante e permanente na agenda brasileira e mundial, incluído entre as prioridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); que fixaram em 08 de setembro o Dia Mundial da Alfabetização para fomentar sua disseminação e importância. “A alfabetização desenvolve no indivíduo o sentimento de pertencimento, de adequação. Atribui poder àqueles que antes se encontravam à margem da sociedade, desenvolvendo senso crítico e ampliando o senso de responsabilidade”, diz Flavia Paiva Barbosa, presidente do Grupo Espírita Abrigo da Esperança (GEAE).

judo-geaeEm abril de 2016, a Casa implantou o Projeto Aprender para oferecer reforço escolar à crianças entre 6 e 10 anos de idade. Para isso, foram preparadas salas e selecionado um grupo de voluntários com experiência em pedagogia. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, no período da manhã. “É essencial que, a despeito de questões geográficas ou sociais, o conhecimento seja democratizado. Só assim a humanidade estará livre de injustiças, especialmente, da desigualdade social”, diz a pedagoga Lílian Campos, coordenadora do Projeto Aprender. Na sua avaliação, a alfabetização ainda é um importante gargalo no processo educacional brasileiro, tendo como principal resultado o analfabetismo funcional, ou seja, os alunos aprendem a ler, mas não compreendem aquilo que leem.

Pesquisa realizada pela ONU aponta que 781 milhões de adultos em todo o mundo não sabem ler, escrever ou contar; e cerca de 250 milhões de crianças são consideradas analfabetas funcionais. No Brasil, a taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais vem caindo lentamente: em 2014 foi estimada em 8,3%, o equivalente a 13,2 milhões de pessoas, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 projeto-aprenderResponsabilidade – O Projeto Aprender atende hoje 5 crianças (fotos) e tem como meta fechar 2016 com 10 alunos. Em 2017, a meta e alcançar 50 alunos. O reforço escolar é feito por um grupo de 7 voluntários distribuídos nas oficinas de Acompanhamento Escolar, Musicalização, Cantinho da Leitura e Judô. O principal objetivo do projeto, diz sua coordenadora, é oferecer às crianças condições para que se tornem cidadãos responsáveis e capazes de determinar o curso de suas atividades; ou seja, a formação de indivíduos autônomos. “A proposta central do Projeto Aprender é criar um ambiente favorável ao desenvolvimento emocional, físico, intelectual, psíquico e social das crianças assistidas.  Esse desenvolvimento propicia os sentimentos de bem-estar, equilíbrio e satisfação”, diz Lílian.

Em quatro meses de atuação, ela observa que as crianças têm as mesmas dificuldades apontadas nas estatísticas: decodificam as palavras, mas têm grande dificuldade para compreender aquilo que leram. “Uma das soluções para tornar a alfabetização mais atraente é ler junto com as crianças. Para isso, criamos o Cantinho da Leitura, para despertar nelas os sonhos e o interesse pela leitura”, comenta a pedagoga. Presidente do GEAE, Flavia destaca a baixa autoestima como outro dos desafios. “Percebemos que a formação das crianças apresenta grandes deficiências, decorrentes de uma série de fatores, inclusive a realidade social na qual estão inseridas”, afirma. “A maioria delas apresentava um quadro de baixa autoestima, que tem sido trabalhado, trazendo ótimos resultados”.

O Projeto Aprender é uma das prioridades do GEAE,. “A doutrina espírita tem por objetivo fundamental a libertação. Educar é oferecer alguns dos instrumentos necessários para alcançar essa liberdade”, diz Flavia. “É dever das Casas Espíritas contribuir para o desenvolvimento e a realização do ser humano”, endossa Lílian.

 

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