UMA CASA CHEIA DE VIDA E ENGAJADA EM PROJETO SOCIAIS

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Ana Paula de Oliveira Aguiar

O Grupo Espírita Abrigo da Esperança (GEAE) elegerá nova gestão em março de 2016. A cada dois anos, a Casa renova seu comando e aperfeiçoa seu plano estratégico, sempre pensando no fortalecimento e ampliação de suas atividades. O ano que se inicia também marca os 25 anos de fundação do GEAE, data de grande significado para seus fundadores e o grupo de voluntários que hoje conduzem as atividades da Casa. Os avanços registrados na gestão que se encerra e objetivos do futuro que se descortina são alguns dos temas tratados nessa entrevista com Ana Paula Aguiar, presidente do GEAE. Na conversa com o Informativo do GEAE, ela faz um breve balanço de sua administração, comenta os projetos estratégicos para o futuro e avalia o aprendizado pessoal. Entre os avanços mais importantes, ela cita os projetos assistenciais e o fortalecimento do atendimento da Casa. Convencida de ter amadurecido no exercício da função, Ana Paula agradece aos trabalhadores do GEAE e diz que manterá sua jornada, onde puder ser útil. “Em qualquer das atividades da Casa, estou pronta para continuar trabalhando. Tem muita coisa para ser feita e eu sou mais uma na nossa equipe”, avisa. Leia os principais trechos da entrevista: 

Você foi eleita presidente do GEAE, Casa que frequenta desde a fundação, em 1996. Como recebeu essa missão?

Ana Paula Aguiar – Eu recebi com muita gratidão, a gratidão de quem já recebeu e continua recebendo muito dessa Casa bendita. E querendo retribuir o que sempre me foi dado. No primeiro momento, o desafio me pareceu muito grande, pela responsabilidade, mas depois enxerguei mais uma oportunidade de servir à Casa, de continuar colaborando; mais um caminho para trabalhar por uma causa em que eu acredito e que dá sentido para muitas coisas na minha vida. Ser eleita presidente foi uma grande honra para mim e também um caminho importante de crescimento pessoal. Tenho muito a agradecer.

 Quais os objetivos colocados pela sua gestão e qual o ponto de partida?

A.P.A – O ponto de partida é sempre o desejo de servir e o compromisso de disseminar e praticar os ensinamentos da doutrina espírita. Então, de um modo geral, atuei para darmos continuidade aos trabalhos da Casa e colaborar para seu fortalecimento. O GEAE já tem uma estrada, uma plataforma sólida de atuação e uma vocação bem definida como Casa espírita: educação, assistência social e acolhimento fraterno. Então, um dos objetivos da minha gestão foi cultivar isso, dentro daquela visão de favorecer o que já existe e funciona bem, apoiando nossos trabalhadores naquilo que precisassem para continuarem seu trabalho e, sendo possível, avançarmos juntos. Nesse período, também buscamos avaliar aspectos que mereciam aprimoramento, principalmente dentro daquilo que faz parte da nossa vocação e projeto estratégico: a disseminação da doutrina espírita por intermédio da educação e a educação, em um sentido mais amplo, como mecanismo de formação de cidadãos melhores e da reforma íntima. De um lado, modernizamos o estudo doutrinário e refundamos o formato dos nossos cursos, trazendo para a Casa um padrão mais próximo do vivenciado nas universidades. Reorganizamos a grade de matérias, dividimos melhor os grupos, aproveitamos melhor o talento e o conhecimento dos nossos facilitadores e avançamos na direção de um estudo sistematizado mais aprofundado da doutrina. Os resultados foram muito positivos e estamos entusiasmados para dar mais um passo nesse projeto, em 2016. De outro lado, formulamos e começamos a preparar um projeto educacional voltado para crianças, para além da Evangelização, uma ação que nos colocará no coração da comunidade e no caminho do que enxergamos para o GEAE no futuro como agente transformador. Esse foi um período, ainda, em que ampliamos o esforço de inserção do GEAE na comunidade espírita, fortalecendo o diálogo e a parceria com outras Casas do Distrito Federal, sempre com o sentimento de que não fazemos nada sozinhos e que a troca de experiências e a união entre as diversas instituições favorecem resultados melhores e mais duradouros. Avançamos nisso e tivemos a oportunidade de participar da organização da XI Semana Espírita do Guará, um evento importante do nosso calendário anual e que mobilizou a Casa toda.

O que foi possível cumprir e como avalia os resultados desse período?

A.P.A – O resultado mais positivo e importante é a união, o fortalecimento dos laços entre os membros da Casa e a consolidação dos nossos compromissos com o trabalho. Esse é um propósito perene, que buscamos o tempo todo e avançamos no último período. Somos um grupo de trabalhadores dedicados e entusiasmados com o serviço, com a prática do bem! Formamos uma família e esse sentimento é verdadeiro. Eu citaria algumas iniciativas desse período: houve uma melhora na estrutura física do GEAE, importante para aperfeiçoarmos o atendimento da Casa; nós implementamos um modelo diferente no estudo doutrinário, qualificando melhor os nossos cursos; nós implantamos um projeto social com famílias carentes em Águas Lindas, sonho antigo que acalentávamos e nesse período floresceu. Nessa gestão, também criamos um grupo de apoio para dependentes químicos, em parceria com a Comunhão Espírita, um trabalho que consideramos importante, estratégico mesmo, e planejamos fortalecer com o tempo. No campo da comunicação, consolidamos nosso jornal mensal, que temos aproveitado para tratar de temas importantes do dia a dia, tentando aproximar a doutrina espírita da nossa vivência diária. Fizemos três grandes eventos de confraternização, dois deles com resultado financeiro considerável para a manutenção das atividades do GEAE.  E fechamos um plano de trabalho para a implementação de um projeto social que vai atender crianças no contra- turno escolar. Esse projeto terá início em 2016 e também é muito importante para nós.

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Ana Paula no Projeto Assistencial em Águas Lindas – GO

O presidente de uma instituição não trabalha sozinho. Qual a importância da equipe e dos demais dirigentes para os resultados conquistados até aqui?

A.P.A – É enorme. Sem essa família GEAE maravilhosa não conseguiríamos nada. Temos aqui um grupo de pessoas realmente comprometido com o trabalho, entusiasmado com a oportunidade de servir ao próximo, interessado na própria reforma íntima, aberto para novos desafios e com um sentimento de solidariedade muito grande. Penso que isso é que torna possível fazermos tudo o que temos feito. É uma disposição sincera, uma atitude permanente de mutirão: é pra fazer, como ajudo? E quando você vê o resultado final das coisas, tem um pouquinho de cada um. Nesse período, em todos os ajustes, em todas as mudanças, em todas os momentos difíceis, me senti fortalecida pelos companheiros do Conselho Consultivo Doutrinário, pela Diretoria Administrativa, pelos dirigentes de todos os Departamentos e por todos os demais trabalhadores, companheiros de jornada a quem devo muito por me darem guarida, por abrigarem minha filha enquanto eu trabalho na Casa; enfim, por todos aqueles me abraçaram carinhosamente e ajudaram a cumprir a tarefa.

Que sentimento que animou sua gestão e que desafios pessoais o cargo colocou para você?

A.P.A – O maior sentimento é sempre o desejo de ser útil e a disposição de avançar, de fazer mais. De agregar. O maior desafio é despir-se de vontades e sentimentos pessoais e colocar-se como alguém que ganhou de presente a oportunidade e a responsabilidade de gerir uma Casa de consolo. Olhar o conjunto, pensar no bem maior, é sempre desafiador, mas também muito educativo. É uma experiência que contribui muito para o crescimento pessoal e é assim que eu me sinto. Encerro essa gestão melhor do que eu comecei.

Qual o legado você planeja entregar para o próximo presidente do GEAE?

A.P.A – O meu legado é o fortalecimento do esforço dos que passaram antes de mim na busca por uma Casa cheia de vida e integrada por pessoas engajadas no trabalho assistencial. Essa chama é cultivada desde a criação do GEAE, é contagiante e está vibrando mais do que nunca.

Quais projetos e desafios você enxerga para o futuro da Casa e como enfrentá-los?

A.P.A – Na minha avaliação, os maiores projetos e desafios são o atendimento às crianças em idade de risco e a sede própria. O Projeto Aprender, que iniciaremos agora em 2016, é um esforço estratégico do GEAE não só para potencializar a educação e ajudar a formar cidadãos melhores, mas principalmente para criar uma barreira entre essas crianças e os aliciadores. Nossa expectativa, e o que vai pautar o nosso esforço, é oferecer à elas um lugar útil pra ocupar o tempo livre, tirando-as das ruas e protegendo-as de alternativas como a droga e a criminalidade. Esse é um problema grave em nossa cidade, e em todo o país, e nós estamos convencidos de que podemos ajudar. Nós queremos ajudar e vamos entrar forte nisso, começando aqui pela comunidade do Guará. A Casa está sendo preparada para receber as crianças, estamos formando um grupo qualificado de professores e colaboradores e vamos fundo nesse projeto. Além do reforço escolar, estamos preparando um conjunto de atividades extracurriculares para complementar a formação dessas crianças. Também continuaremos trabalhando pela aquisição do terreno do GEAE. Ter uma sede própria é importante para o futuro da Casa e dos projetos que temos desenvolvido. É o que vai nos dar a segurança necessária para ampliar nossa atuação. 

Que contribuição você dará quando deixar o cargo?

A.P.A – Vou continuar trabalhando, claro! Em qualquer das atividades da Casa, estou pronta para continuar minha jornada. Tem muita coisa para ser feita e eu sou mais uma trabalhadora, logo encontro uma nova função. Levo comigo a gratidão aos amigos espirituais que conheci nesses últimos dois anos e que me acompanham. Aprendi a ser mais tolerante, fortaleci a minha fé, aprendi a ser mais otimista. Também aprendi a gostar do que é diferente, a entender o contraditório. E vou continuar com as mangas arregaçadas!

ana.aguiar@geae.org.br

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