A MENTE ESPIRITUAL
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.”
Paulo aos Filipenses, 4:8.
Relembro de pesquisa publicada no Jornal “O Globo”, em junho de 1998, noticiando que um cientista americano conseguiu fotografar e gravar em vídeo o pensamento, “como um flash cruzando o cérebro, em velocidade de 450 km/h.”
Sabemos, pelos Espíritos, que a mente utiliza-se do pensamento, que é seu veículo de manifestação, para a nossa movimentação aqui na condição de encarnados. Ela também está ativa quando adormecemos, pois é independente ao corpo físico.
Se a mente elabora os seus intentos, com que rapidez então poderemos verificar o pensamento? Dizem os Espíritos: a mente espiritual gera pensamento em velocidade ainda não mensurável no estágio atual.
Assim, rapidamente enviamos o que pensamos, porém, recebemos a vibração resultante daquilo que transmitimos, que pode ter ressonância imediata ou ter efeito mais demorado. Tudo isso fica guardado em nossos arquivos pessoais; em nosso “corpo espiritual”.
Por isso que não raro nos deparamos alguém até então saudável de hora para outra começar em suas provações físicas. A pessoa se torna doente num relance, sem causa aparente, sendo castigado por tempo mais ou menos longo, ou simplesmente vindo a desencarnar.
A mente humana, nos termos acima, como um ímã em relação ao metal, também pode atrair , e – in casu – absorver as vibrações (induções) de outros encarnados, desde que se impressionem com o que vêem, ouvem e sentem. Esse fato poderá condicioná-la de tal sorte, que em regra passa-se a existir a partir daí um verdadeiro automatismo em relação ao agente que enviou e recebeu tais pensamentos.
Transformadora em potencial, a mente espiritual, com sua energia não detectável satisfatoriamente pela ciência terrena, se reverte em reações eletromagnéticas, criando aquilo que chamamos de “formas-pensamentos”, que podem ser passageiras ou permanentes, de acordo com a vontade direta ou indireta do seu criador. Você pensa e imediatamente a imagem é formada.
Por aí podemos concluir que a criação e destruição não se restringem à capacidade de geração física ou de exterminação de semelhantes. O fruto do pensamento pode se tornar algo vivo para o bem ou para o mal, apto a ser conduzido e encaminhado a qualquer pessoa, por transformações que os tornam densos, atingindo seu alvo de mesma sintonia.
Nesse raciocínio, depreendemos que em muito maior grau de facilidade e eficiência, podemos, pelos pensamentos, construir a vida própria e de outrem; iluminar consciências, agindo para que o bem seja plantado. A resposta virá!
Desta forma, melhor que vençamos a mágoa, a intemperança, o ódio, o desprezo, fazendo prece para os que nos cercam… Sentimentos bons nos enlevam e nos aproximam dos Espíritos superiores. Seremos representados por essa emanação, mostrando daí a nossa identidade, já que tais vibrações individualizam nosso perispírito pela sensação que desperta: pela cor, pelo cheiro, pela forma…
Nunca seremos anônimos em nosso pensamento. Assim é o que nos faz entender a Doutrina Espírita, mostrando-nos, em ciência do Espírito, os princípios da reencarnação e da evolução. Vem nos fazer compreender essas verdades universais, sem exageros e conforme a razão; nunca com misticismos ou cristalização mental, a qual endurece o ser, atrasando-lhe o progresso espiritual.
Se compactuamos com o mal e o praticamos pela força do que criamos mentalmente, apenas no futuro e colhendo o sofrimento plantado a outros é que aprenderemos no grande Cosmo da vida, donde haveremos de conquistar a formação e preservação de nossas boas emoções; de nossos bons pensamentos.
A esperada lucidez mental atira-nos ao avanço moral que nos fortalece, auxiliando-nos na manutenção da verdadeira saúde, que em nosso íntimo permanece, mesmo quando nos aparecem distúrbios externos de qualquer natureza.
Então, sem pieguice podemos firmar que somos o resultado do que vivemos mentalmente; e seremos o produto do que viermos a pensar, já que a mente espiritual representa construções futuras. Ela funciona por trás dos genes que nos caracterizam fisicamente (genótipo), atraindo-os de acordo com a necessidade de purificação, devido a experiências passadas, além de proporcionar alterações físicas no dia-a-dia.
Esse processo nós o conhecemos como “fenótipo”, o qual é resultando de interação do genótipo com o ambiente externo onde se vive, nos termos da nossa ciência oficial; e do ambiente “interno” (sentimento, emoção) capaz de mudar algumas características genotípicas, conforme a ciência espiritual.
Logo, nos termos de Paulo acima transcrito, a lição memorável para que tenhamos cuidado e vigilância para com a nossa mente: devemos pensar e ver o lado verdadeiro e positivo; honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-as em nós a cada dia, para o final encontro com Deus, que representa a nossa sã e feliz consciência.
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Esclarecedor o texto. Obrigado.